Descrição
Uma das mentes por trás do Koinonya, banda congregacional mais importante da história brasileira, Alda Célia é mais do que confortável no território de canções do louvor comunitário. Sua carreira, nos últimos dez anos, foi tomada de lançamentos sazonais. O anterior trabalho de estúdio, Canções do Espírito (2009), trabalhou aspectos clássicos da música de Alda com a inclusão de versões estrangeiras, uma proposta de longa data em seu repertório. Já ao vivo Escolhi Adorar (2012), dirigido musicalmente por Leandro Aguiari, foi um registro tecnicamente tão caótico e carregado o quanto seu projeto gráfico sugeriu.
Anos depois da obra ao vivo lançada em DVD, Alda retornou aos estúdios e apresenta, de forma independente, Trono. O álbum não representa apenas uma volta aos estúdios, e também devolve a parceria da cantora com o tecladista Rogério Vieira. Rogério enfrentou desgastes artísticos nos últimos anos, mas se mostra disposto a recuperar o tempo perdido. Sua produção é coesa e bem desenvolvida. O disco é denso e escuro, os synths dão coberturas necessárias aos riffsde guitarra, e o repertório de Alda é, como pode-se esperar, centrado em temáticas de adoração. Até as regravações de Visão da Glória e do clássico Sala do Trono são revigorantes e exploram novas camadas em canções já conhecidas
Apesar do congregacional ser, via de regra, um território já bastante comercial em termos de música cristã contemporânea, o novo álbum de Alda acrescenta elementos que o fazem ser, pelo menos em parte, um registro pouco formatado nas regras do mercado. As canções são predominantemente longas. De Repente a Glória Vem, carro-chefe do trabalho, por exemplo, beira a quase seis minutos. E, no meio disso tudo, temos Game Changer, uma faixa em inglês. Com isso, Trono pode ser considerado um pouco condescendente, mas também revela a segurança de Alda Célia em seu retorno depois de anos silenciosos.